Guardar tudo dentro de caixas. Ter muitas caixas. Com muitas coisas dentro.
Coisas que uso todos os dias e outras que estão só arrumadas até as querer
desenterrar um dia.
Pensei em usar uma das minhas caixas para o projeto ou fazer uma ilustração que mostrasse que as caixas que temos podem ser as memórias que carregamos às costas e que às vezes custam a abrir.
Mas quando me mostraram esta caixa de costura de uma avó que não a minha,
que me fez lembrar uma caixa de costura muito velhinha que a minha avó tinha,
que passou depois para as mãos da minha mãe, e que estava sempre naquela gaveta
daquele móvel na sala de estar, e que eu tantas vezes ia vasculhar, mudei de
ideias.
Andei uns anos para trás e registei a caixa e as memórias de outra pessoa -
uma avó que não é a minha, que me fez lembrar a minha e também aquela gaveta do
móvel na sala de estar, e que me trouxe as memórias da minha antiga casa, que
já não existe como a conheci. Nem o móvel existe. A caixa, tenho de a procurar.
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